O RUÍDO DA MÁQUINA DE CRIAR TEMPO

O Ruído da Máquina de Criar Tempo surgiu em 2010 como desdobramento de um projeto anterior, o Livro da Vida, que buscava evocar memórias auditivas com a participação do leitor/escritor. A Máquina também procura trabalhar com a imaginação, a memória e a fabulação sonora, além de lidar com o tátil.

Foi só em 2018 que O Ruído da Máquina de Criar Tempo encontrou o formato para o qual nasceu, e eu antes não sabia: um programa de rádio arte. O insight foi fruto da chamada para a Somsocosmos II, residência sonora/musical de duas semanas na Fazendo São João. O resultado, de pouco mais de uma hora, é só o início da série de entrevistas sobre memória auditiva e imaginação sônica, costuradas a coletas sonoras e musicais do dia-a-dia. Pode ser ouvido AQUI, em um podcast que conta, ainda, com uma improvisação da qual também participei.

Mais sobre o programa na SOMSOCOSMOS:

O Ruído da Máquina de Criar Tempo – Parte 1
Realização: Leandra Lambert
Duração: 1h 1min 45s
 
Entrevistas afetivas, vozes que pensam a própria escuta, reflexões sobre a memória auditiva e a imaginação sonora que nos acompanham desde sempre. Trechos de outras manifestações espontâneas e intempestivas, todas realizadas durante a residência Somsocosmos #2.
 
Falas de:
Alessandra Duarte, Alexandre Gwaz, Amanda Costa, Antônio Sobral, Arielle Soucy, Celso dos Vinis, Demetrius, Gabriel Martinho, Inti Anne, Jéssica, Letícia Naveira, Letícia Werneck, Leandra Lambert, Lorena Pipa, Mari Bley, Sandra, Verónica Daniela, Vinicius Fernandes.
 
Músicas e afins:
o Canto do Silo – improviso vocal de Leandra Lambert e Mari Romano dentro de um silo, editado por Mari Romano.
o Mantra “MA”- em aula de Kundalini yoga ao ar livre conduzida por Felipe Zenícola
o Talvez no Útero – canto baixinho, violão, água, cobre e eco – à beira da piscina, com Alessandra, Leandra, Liza e Paulinho Fluxus.
o Um corpo cai – trecho (10 min) da jam realizada na noite do Domingo 21/10. 
Com Alessandra, Benoit Crouste, Black Taffy, Gwaz, Laura, Leandra, Leticia, Vinicius.
o Canção de Hosam Omran 
o Pássaros, grilos, sapos, cigarras, chuva...

 

Uma série de perguntas e frases procuram atingir a sensorialidade e a imaginação de quem as lê. Tais frases e perguntas já adquiriram diferentes formas: um grande livro com as questões, no qual também se pode escrever ou desenhar; pequenos papéis em caixinhas de fósforo Fiat Vox, como mensagens de biscoitos da sorte; e adesivos para serem colados em qualquer lugar: muros, paredes, portas, extintores de incêndio, roupas, cadernos, etc. Além disso, um tapete vermelho recheado de matérias diversas abre caminho à experiência e oferece variados sons e deleite tátil – ou desconforto e desestabilidade, dependendo dos desvios de cada um.

Dimensões e materiais:
Tapete: 4,20m x 1,50m, recheado de materiais como espuma, plásticos, latas, papéis, massa de modelar, tecidos, folhas secas.
Livro: 43cm x 32cm.
Adesivos: 18cm x 4,5 cm.
Fiat Vox: caixas de fósforos tamanho padrão.

O RUÍDO DA MÁQUINA DE CRIAR TEMPO adquire múltiplas formas, mas sempre carrega consigo muitas perguntas:

 

- O que você escreve no seu Livro da Vida? Que sons ele faz?

- Que barulhos você ouve em seu corpo e em sua cabeça ao deitar, antes de dormir?

- Sua mãe cantava para você quando era bebê? E quando você ainda estava na barriga? Qual o som da sua infância?

- Como é o som nos seus sonhos?

- O que você ouve em uma maçã? Em uma árvore? Em um morro? No caroço da manga?

- Quais são seus ruídos para a ruína e o renascimento? Para a memória e o perdão, para viver e morrer todos os dias?

- O que você ouve quando olha pra dentro? E ao seu redor?

- Como é o seu silêncio? O que ele te faz sentir?

- Quais são os sons do seu DESPERTAR?

- Qual o som do último ovo?

- Como um estômago ronca? Dói?

- O que diz a queda de um corpo por nove noites?

- Se construírem castelos em suas unhas, como serão seus barulhos?

- A música no sonho dos gatos ronrona?

- Qual o ruído da máquina de criar tempo?

- Sua pele ouve? Escuta?

( Imagine os sons de uma mudança que você deseja. Não escreva, não fale: fique em silêncio.)

 

Obs: E se fosse uma tira de pele grudada na parede?